segunda-feira, abril 15, 2013

As portas de Portas

Paulo Portas tem aguentado na coligação a acontragosto. Não é preciso ser especialmente atento ou perspicaz para o perceber.
A falta de comparência de P.P. à posse dos dois ministros substitutos de Relvas é sintoma disso mesmo ainda que garantam ter havido impedimento justificativo.
O CDS/PP queria uma remodelação digna desse nome e não uma mera substituição de um ministro. O PP pretendia a substituição de Álvaro S. Pereira, Ministro da Economia e etc., e quiçá de V. Gaspar.
O Conselho Nacional centrista deste último fim de semana não pariu grande coisa, mas a declaração final tem um recado curioso: a reforma do Estado não deve consistir em medidas avulsas sopradas para a imprensa a conta gotas. Essa é uma divergência estratégica em relação ao rumo seguido pela mríade de assessores do Governo, franganotes enfatuados e petulantes com egos sobredimensionados, crentes em que a "pressão alta" não se deve aplicar só no futebol e que é boa para vergar a "malta", quebrar a vontade dos críticos da ação providencial e salvadora do Governo.
Portas sabe que se deitasse a toalha ao chão poderia ter de pagar um preço político elevado, tão alto quanto a extinção do seu partido em termos eleitorais. Portas não pode correr esse risco, mas continuando a alinhar no rumo que o Governo adoptou não é líquido que o resultado não venha a ser parecido, uma percentagem de votos abaixo dos 5% nas próximas legislativas.
Nenhuma das saídas lhe agrada. Com a espiral recessiva a cavar-se ainda mais (a dupla Passos-Gaspar não tem outra receita para distanciar o país da bancarrota), Portas vai ser encostado contra a parede e forçado a optar. Vislumbro uma aproximação ainda que ténue aos socialistas...

É preciso cuidado... com os gestos!
 

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