terça-feira, novembro 09, 2004

Arafat

Arafat é um ser humano numa situação invulgar: está à espera que decidam se pode morrer, onde será enterrado e quem o subsistuirá.
Pelo vistos só eu é que vi o óbvio: um diminuído homem à entrada para o avião que o levou a França tentando beijar a mão de um colaborador que a retira delicada mas decididamente.
Arafat padece de demência senil e ninguém tem a coragem de o dizer. Nem o hospital francês, nem o governo de França, nem a Autoridade Palestiniana, nem os jornalistas do mundo inteiro.
O líder do povo martirizado da palestina pode estar entre a vida e a morte, ligado a uma máquina por tempo indefinido, reduzido à vida de um vegetal, mas não pode padecer de uma maleita própria do envelhecimento de um qualquer mortal.
A condição de semi-deus oblige.

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