O regresso aos mercados
Vítor Gaspar agendou em meados de 2011 a data de 23 de Setembro de 2013 como o dia do regresso de Portugal à emissão de dívida pública no mercado primário.
Entretanto Gaspar saiu do Governo em Junho deste ano e ficou implícito na sua carta de demissão que esse objetivo estava comprometido.
Porquê esta data?
Porque neste dia se venciam quase 9 mil milhões de euros de dívida de longo prazo. Metade desse valor foi antecipado e mudada a maturidade numa operação liderada pela actual Ministra das Finanças, portanto restavam quase 5 mil milhões que, segundo o ideólogo de serviço do PSD Marco António Costa, foram ontem pagos. Supostamente com dinheiro da Troika, digo eu. O curioso é que o mesmo facto é reclamado como vitória pelo Governo e como estrondoso falhanço pelo PS.
Mário Draghi, Governador do BCE, veio dizer o óbvio, que é preciso ter cuidado com os pequenos sinais susceptíveis de provocar descontrolo nos mercados financeiros. Acontece que os ditos "mercados" são entidades que se regem pela irracionalidade. Se o governo não faz cortes (leia-se ajustamento estrutural) penaliza o país com a subida das taxas, se o governo faz os tais cortes penaliza na mesma porque assim a dívida aumenta em percentagem do PIB e a economia entra ou agrava a recessão. Se o TC (Tribunal Constitucional) chumba leis como a do despedimento dos funcionários públicos sem justa causa torna-se o responsável pelas subidas de juro e descidas do rating do país, dos bancos e principais empresas.
Pior: os mercados reagem até a coisas que não têm nada que ver connosco como a manutenção ou fim dos incentivos por parte do FED (Reserva Federal dos EUA) à economia americana, as eleições da Alemanha ou a guerra civil na Síria.
Pior: os mercados reagem até a coisas que não têm nada que ver connosco como a manutenção ou fim dos incentivos por parte do FED (Reserva Federal dos EUA) à economia americana, as eleições da Alemanha ou a guerra civil na Síria.
Quando falarem de resgate façam como nos tempos da PIDE, falem baixinho...
... para os mercados não nos ouvirem!
... para os mercados não nos ouvirem!
Etiquetas: Dívida Pública
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home