domingo, maio 27, 2007

O deserto onde vivo


Eu não fazia a mínima ideia de que afinal moro no deserto. Eu até sou um pouco distraído, mas viver na margem Sul do Tejo e não ter reparado nas dunas de areia que me rodeiam!...

Quem me deu esta espantosa informação foi o Ministro Mário Lino, Ministro das Obras Públicas de um estranho e obscuro país chamado Portugal. Um país que se deixa governar por pessoas que dizem este tipo de enormidades.

Que o aeroporto não deva ser construído no meio de uma rota de aves migratórias até compreendo. Que a maior parte dos passageiros do aeroporto seja oriundo da Margem Norte, ainda que duvide que sejam 92%, também aceito. Que haja risco das pontes sobre o Tejo serem dinamitadas por terroristas, sim, claro que há, e agravado pela simples razão de que não nos preocupamos com a sua constante vigilância (ao contrário dos outros países europeus).

Agora dizer que o Poceirão é um deserto e que na zona não vive, nem trabalha ninguém, não há hotéis... isso, além de asneira, é ofensivo para os cerca de 800.000 habitantes da Margem Sul do Tejo. Mas mesmo que fosse deserto não vejo qual seria o problema. Há países que fazem os aeroportos no mar, no deserto, entre montanhas, em ilhas artificiais, onde não costumam construí-los é no meio de uma cidade, como acontece actualmente porque ao longo de décadas Lisboa cresceu em volta dele. Isso impede descolagens e aterragens durante a noite o que contribui para congestionar um aeroporto que já está perto dos seus limites.

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