sábado, fevereiro 21, 2009

Os frágeis calcanhares de Sócrates

Quase não há dia que não traga uma novidade na "telenovela" mexicana "O estranho caso do 1º ministro com nome de filósofo". Até aqui era o caso "Freeport" com as suas personagens saídas da prosa de Eça de Queiroz ou Ramalho Ortigão e congeladas em criogénio durante século e meio. O tio de Sócrates que não existe, é demasiado patético para ser real. Como é que um pato-bravo daqueles conseguiu juntar a fortuna que tem? Cada vez que abre a boca é para sair bojarda: "O meu filho só vem da China se lhe pagarem o bilhete" ou "Agora estou mais preocupado em saber onde está o meu cão". É verdade que a família não se escolhe, só os amigos mas ainda asssim...
Tenho ouvido coisas que me deixam os cabelos em pé. O mister Manuel Pedro (o apelido não interessa nada) destruiu centenas de documentos das suas empresas. Não, ele não vive no Panamá nem na Colômbia, é mesmo em Portugal...
E o senhor Charles Smith negando entregas de "luvas" (subornos) naquela soberba imitação de uma personagem de desenhos animados...
Os índicios chegariam para o 1º ministro de qualquer país civilizado (ou não) se demitir ou para que o Presidente o mandasse embora como Sampaio fez por muito menos a Santana Lopes. Em Portugal não. DVDês gravados sem anuência do próprio não são admissíveis como prova em tribunal. Os mails podem ter sido escritos por outra pessoa (e pelos vistos foi o rapaz "emigrado" na China que quis dar nas vistas). O dinheiro não deixa rasto quando transportado nas bagageiras dos Audis e dos Mercedes por intrépidos condutores imunes ao carjacking. O apartamento no edifício Heron Castilho comprado através de uma off-shore e aproveitando uma súbita baixa de preços que só o beneficiou a ele. Que dom tem este cara de pau que parece imune a todas as acusações? Pensará ele que basta mostrar confiança e transbordar arrogância para nos inibir do óbvio:
exigir que se ponha na alheta antes que se faça tarde.

1 Comments:

Blogger Petra said...

É revoltante como eles fazem o que entendem, gozam com o povinho que cada vez passa piores necessidades e depois quando as coisas se tornam demasiado óbvias então toca a vitimizarem-se.
Esperemos que ste primeir ministro não volte a ser eleito, mas para isso as pessoas têm de acordar o que não me parece que esteja a acontecer.
bjs

22 de fevereiro de 2009 às 12:17  

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