Cortar o Relvas

Relvas em pouco mais de um ano de governo esteve envolvido no caso da "Secreta", na alegada coação/ameaça a uma jornalista do Público e depois, mais recentemente, na trapalhada da sua licenciatura tirada em menos de um ano à custa de inúmeras "equivalências". Quem criticou Sócrates (e com razão) pela licenciatura em Engenharia concluída a um Domingo por fax sente agora o dever cívico e ético de criticar com maior contundência este Relvas.

A esquerda pede a sua demissão com insistência, o que me parece um erro estratégico, deixem-no lá estar, quanto mais tempo permanecer no governo maior e mais insuportável será o desgaste dele, do 1º Ministro que o segura com unhas e dentes e do próprio Governo. Onde quer que Relvas vá esperam-no vaias e apupos (até no Tour de France!). Não é que ele se importe com isso. Para sentir vergonha seria necessário tê-la e já se viu que a não tem.

Um 1º Ministro titubeante que não se decide a atacar a economia paralela como forma de reduzir o défice do Estado e oferecer condições justas de concorrência às empresas que cumprem as suas obrigações fiscais. Um 1º Ministro hesitante que não consegue atacar os ruinosos contratos das PPP (Parcerias Publico-Privadas) refugiando-se no argumento dúbeo da "blindagem" dos contratos. Um 1º Ministro que deixa subsistir centenas de fundações fantasma que não apresentam contas mas mamam na teta depauperada do Orçamento. Um 1º Ministro que mantém centenas de institutos públicos criados pelos seus antecessores numa orgia de delapidação do erário público.

Espera-se que um 1º Ministro destes governe guiado pela ética, pelo rigor e pela exigência que tanto apregoou na campanha eleitoral?

Deixemos de ser ingénuos. Isto já desceu abaixo do nível da República das Bananas!