quarta-feira, janeiro 16, 2013

O Relatório Minoritário (do FMI)

O Governo "encomendou" ao FMI um "relatório" sobre como cortar 4 mil milhões na despesa do Estado. A tarefa parece ter sido entregue  a técnicos menores, pessoal desqualificado, embuído de diretivas políticas do ideário neoliberal. Diz Augusto santos Silva que foram "guiados" pelo Governo, a tal "Guidance" referida no preâmbulo. O Governo PSD/PP que promoveu esta semana um seminário para acólitos e seguidores à porta fechada quis pôr a imprensa a fazer papel de robot teleguiado. Triste. Salazarento, até. Estalinista no sentido em que o material informativo tem de passar o exame prévio dos autores das afirmações e da "comissão" organizadora. Deu jeito passar o odioso dos cortes para o FMI, mas agora querem controlar os estragos na frente propagandística.
O dito relatório só propõe cortes no "Estado Social". As ruinosas PPP, os buracos do  BPN e, mais recentemente, do BANIF, as empresas públicas com defice crónico nada interessam. Querem fazer-nos acreditar que o problema orçamental se resolve com cortes nas pensões (até 20%), despedimento de 100.000 a 120.000 funcionários públicos (professores, auxiliares educativos, polícias e militares), fim da ADSE e mais umas migalhas. Os autores do relatório usaram dados desatualizados (estatísticas escolares de 2006), compararam anos diferentes entre países, propuseram cortes para uma realidade que já não existe anterior a 2009.
O documento elogiado por Carlos Moedas (Secretário de Estado das Finanças) não devia sequer ser considerado como suporte do debate sobre as funções sociais do Estado. Aliás Freitas do Amaral dissse (e bem) que se deveria estar a discutir a despesa do Estado no seu conjunto.
O Presidente do parlamento Europeu matou o documento quando disse que dentro do FMI se deveriam entender sobre as políticas económicas que recomendam aos países em dificuldades.
 
 

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