Ser ou não ser (ARROGANTE) - O dilema de Sócrates

Logo na noite das Europeias apareceu mansinho a reconhecer a derrota ao lado do cabeça de lista o ex-pêcê Vital Moreira. Nem parecia o mesmo. Crista baixa, nada de gritar para o microfone, nos últimos dias até estava meigo para os jornalistas.

A oposição e os jornalistas apressaram-se a assinalar a mudança. Deviam tê-lo deixado estender-se na humildade por mais algum tempo. Estava a dar-me cá um prazer... vê-lo com medo do poder do voto dos cidadãos esses desgraçados que se atrasam a pagar impostos e coimas, não compreendem os superiores desígnios do carismático líder, saem para a rua com protestos inoportunos...

Estragaram tudo. Nas "Novas Fronteiras" Sócrates já retomou o estilo do "quem se mete connosco come", não tarda voltam a chamar o malhador de serviço Augusto Santos Silva ou o "PSP" (Pedro da Silva Pereira) que no final de Fevereiro afirmou que os professores ajudariam o PS a ganhar as eleições. Viu-se!

Cartão laranja

Os resultados definitivos aí estão. O PS saiu derrotado nas eleições de 7 de Junho para o Parlamento Europeu. Ganhou o PSD com mais de 31% dos votos. A CDU ganha sempre qualquer que seja o resultado. Ganhou o Bloco de Esquerda por ter ultrapassado a CDU. Ganhou o PP de Paulo Portas porque evitou o desaparecimento anunciado nas sondagens. Aliás, não deixa de ser curioso nenhuma sondagem ter acertado apesar dos meios tecnológicos hoje disponíveis. É caso para concluir que as sondagens dão os resultados que quem as encomenda deseja.

O PS queixa-se dos efeitos da crise quando se deveria reconhecer a sua incapacidade em preparar o país para ela e em lidar com a mesma depois de evidente. Não foi uma boa ideia tentar atirar a população contra professores, juízes, polícias, enfermeiros... Não ganharam o povo com essa atitude rasca. Não ganharam os reformados pobres com a oferta dos genéricos gratuitos na véspera das eleições. Estes políticos não conhecem o eleitorado que já deu provas sobejas de maturidade.