terça-feira, julho 12, 2011

A tragédia de Angélico


Agora já se conhecem os contornos da história.
Um indivíduo condenado por tráfico de droga importou o BMW 630d(?) da Alemanha por €90.000. Pouco tempo depois teve um acidente em que destruiu a parte da frente do veículo. Como a reparação era cara, custava €30.000, fê-la ele próprio. Quando o carro foi presente à inspecção (obrigatória após um acidente) chumbou. Vendeu-o a uma daquelas criaturas da noite que usa óculos escuros fumados desde que se levanta até que se deita que por sua vez o emprestou ou vendeu, não se sabe ao certo, ao Angélico. Junto a Estarreja deu-se o acidente com o resultado conhecido de dois mortos e uma ferida grave ainda em perigo de vida.
Confesso que não fiz parte da romaria de fãs que foi chorar à porta da igreja do Seixal. Só vi dos "Morangos" o necessário para me inteirar do "fenómeno". Um fenómeno que dura há 10 anos e como tal contribuiu para a identidade de uma geração. Uma geração caracterizada pela futilidade e pela busca do sucesso a qualquer custo. Há honrosas excepções, é certo, mas a maioria alinha pelo imediato e pela busca de realização através do consumo. E depois "consomem-se", literalmente, terminando o percurso de vida antes do tempo (velhice). Sei por intermédio de pessoas que o conheciam que o Angélico não bebia alcool, portanto é minha convicção que não foi essa a causa do acidente. Mas também já vi jovens arrancarem da porta de uma discoteca em cabrios com as meninas sentadas no local onde explodem os arcos de segurança em caso de capotamento. Os cabrios actuais são muito mais seguros que os modelos com capota mas é crucial que todos os ocupantes vão bem sentados e com o cinto posto, caso contrário os sistemas de segurança podem ser contraproducentes e ferir ou matar em vez de salvar. Convém reparar que o único ocupante que saiu ileso viajava no denominado "lugar do morto", mas levava cinto de segurança...

segunda-feira, julho 11, 2011

Mercedes a arder


Mercedes é uma marca idolatrada por muitos automobilistas profissionais ou particulares. Alguns continuam a circular (e a passar nas inspecções) com 20, 25 e mais anos. Existem até fornecedores especializados em vender peças recondicionadas por uma fracção do preço das novas.
Vi a notícia dos Mercedes novos (com menos de 2 anos) que pegam fogo alegadamente devido a curto-circuito e da manifestação que os proprietários vão fazer junto da delegação da empresa em Portugal... e fiquei estarrecido.
Será uma vingança contra a senhora Angela Merkel por causa dos pepinos e dos tomates ibéricos acusados de causarem infecções por e-coli aos cidadãos germânicos?
Será um expediente usado por pessoas em dificuldades financeiras para obter das seguradoras o valor de novo evitando a desvalorização da venda?
A variedade de casos apresentados contraria em parte esta hipótese. Se alguém quer incendiar o seu carro porquê fazê-lo na garagem de sua casa com a família a dormir no andar de cima. Mas também se pode perguntar se há casos semelhantes no resto da Europa e do Mundo? Fui investigar na Net e... não há, só carros mais antigos é que pegam fogo.
A questão é que com a globalização os carros produzidos por exemplo na fábrica da Mercades no Brasil são exportados para todo o mundo e só iam pegar fogo os vendidos em Portugal?