quarta-feira, outubro 30, 2013

O escândalo do Guarda condenado pelo homicídio do filho do ladrão


Não tenho por hábito comentar decisões judiciais.
Tenho-me habituado a considerar a Justiça portuguesa globalmente justa apesar de morosa e vulnerável a expedientes dilatórios que por vezes permitem a prescrição dos crimes.
O caso ocorrido em 2008 do ladrão de cobre que se fazia acompanhar de um filho de 13 anos, desobedeceu à ordem de parar o que acabou por causar um desfecho trágico: a morte da criança cigana pelo disparo da arma de serviço do militar da GNR.
No julgamento em 1ª instância no Tribunal de Loures o guarda foi condenado a 9 anos de cadeia e ao pagamento de chorudas indemnizações aos pais da criança, cerca de €20.000 e €60.000 à mãe. O pai por sua vez foi condenado a 2 anos e 10 meses de prisão. Note-se que a juíza presidente votou contra esta sentença.
Não tenho a mínima dúvida que na 2ª instância, o Tribunal da Relação, isto será mudado.
De quem é a culpa?
Vamos aos factos.
O pai da criança levou-a consigo para praticar um furto de metal não precioso (cobre) numa vacaria, desobedeceu à autoridade pondo-se em fuga, ignorou os tiros de aviso e só parou quando a roda de trás ficou furada  e o miúdo atingido pelas balas do GNR. Hugo Ernano.
Se esta sentença for validada não se espere zelo dos elementos das forças policiais no cumprimento dos seus deveres. Eu no lugar deles viraria a cara para o lado e assobiaria quando presenciasse um assalto.
 

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terça-feira, outubro 29, 2013

Ralações com Angola

Machete rebaixou-se a sugerir um pedido de desculpas e de nada adiantou.
Os EUA, França e Brasil podem investigar altas figuras do estado Angolano que Angola nada diz.
Com Portugal falam alto e retaliam.
Depois do Presidente José Eduardo dos Santos anunciar o fim de algo que ainda nem começou (a parceria estratégica com Portugal) os empresários portugueses em Angola começaram a sentir "dificuldades" no seu relacionamento com o estado angolano.
O Expresso noticiou que o Governo de Portugal pediu a intermediação de Durão Barroso, Presidente da Comissão Europeia. Acho pouco. Talvez o Papa Francisco...
Tudo depende do que estamos a falar.
Se consideramos Angola e Portugal dois estados independentes e democráticos então tem de haver respeito mútuo pela independência das suas instituições. É que em Portugal o Ministério Público é independente do poder político. Isto não significa que se devam aceitar as violações do segredo de justiça, nisso os angolanos têm toda a razão, é um podre que deveria envergonhar-nos perante o exterior. Cá dentro temos de aguentar, não temos outro remédio. Sucessivos governos revelaram-se impotentes para acabar com um segredo que quase ninguém respeita ou então arranjar mecanismos para responsabilizar e punir quem o viola. Assim é que não!

   Portugal e Angola estão condenados a entenderem-se. Os investimentos de um país no outro e a balança comercial assim o determinam. Não vale a pena gastar energias com picardias que não conduzem a lado algum. O respeito mútuo entre estados soberanos resolverá qualquer constrangimento atual ou futuro. É preciso deixar de lado eventuais complexos de ex-colonizador ou de ex-colonizado.
   

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segunda-feira, outubro 28, 2013

A entrevista de Sócrates

Conseguiu surpreender-me pela linguagem desbocada imprópria de um ex-Primeiro Ministro.
Não me admira a falta de inconsciência pelo que fez ao país e cujas consequências continuamos a suportar diariamente.
Não me espanta a arrogância disfarçada de coerência fabricada à pressa.
Não me choca que chame "bandalho" a outro ex-Primeiro Ministro ou use expressões como "filho da mãe".
Interessou-me só e apenas a revelação de que as dicas para a imprensa sobre a má situação financeira de Portugal saíam do gabinete de Schaüble, Ministro das Finanças da senhora Merkel. 
Não sou propriamente um adepto de teorias da conspiração mas a ideia de um punhado de especuladores sem escrúpulos ajudados por quem possui informação privilegiada ter ajudado a empurrar o meu país para a beira do precipício não deixa de me causar desconforto. Pior: há muito fundo de pensões a ganhar milhões com isso.

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