terça-feira, fevereiro 18, 2014

Corrupção sem corrompidos (O caso dos submarinos)

No tempo em que Paulo Portas foi Ministro da Defesa Portugal encomendou à Alemanha (Consórcio GSM) dois submarinos com determinadas contrapartidas que nunca chegaram a ser cumpridas.
Por seu lado apurou-se o pagamento de "luvas" (subornos) no montante de 80 milhões de euros. A Justiça alemã condenou arguidos pela corrupção neste caso enquanto que a Justiça portuguesa não conseguiu fazer o mesmo aos corrompidos, ou seja, o Ministério Público não forneceu provas bastantes para que o tribunal os condenasse. O dinheiro saiu da Alemanha, viajou para Inglaterra (?) e depois perdeu-se o rasto dele...
Através da Wikileaks soube-se a opinião dos nossos aliados, os EUA, expressa em telegramas internos da sua Administração segundo os quais "Portugal compra 'brinquedos' caros por orgulho". 
Não mudámos nada desde o reinado de D. João V que chegou a oferecer o peso em ouro de um arquitecto italiano para que viesse para Portugal trabalhar.
Os países com maiores índices de corrupção são também os mais pobres e não coincidência, é que a corrupção e a má gestão de dinheiros públicos empobrece e arruína os povos.

terça-feira, fevereiro 11, 2014

Miró

A semana passada foi dominada pelo debate em volta dos 85 quadros de Joan Miró pertencentes ao BPN e agora nas mãos da PARVALOREM que representa o Estado na intervenção no malogrado banco.
 
Depois de injetar vários milhares de milhões de euros num monumental "buraco" é natural que o Estado queira recuperar o que puder e que para isso promova a venda das obras.
 
O que é não normal é que o Estado não cumpra as regras que impõe aos privados no que respeita á exportação de obras de arte.
 
Também me parece estranho alguém ter decidido vender os quadros há dois ou três anzos e ninguém do Governo saber de nada a tempo de evitar a humilhação nacional que representa ter a venda cancelada pela leiloeira Christies.
 
Só conheço dois museus Miró: o de Barcelona e o da Fundação Miró em palma de Maiorca. A oportunidade de ter um 3º museu Miró no antigo Pavilhão de Portugal na Expo seria interessante. O custo das obras oscilaria entre os 32 milhões e os 80 milhões de euros, ou seja, o mesmo que um troço de auto-estrada entre duas áreas de serviço. Um gasto incomportável nas palavras do Primeiro Ministro. O edifício da antiga Expo 98 já lá está (não é  preciso comprá-lo) e sem uso ameaça degradar-se.
 
miro c3a9toile bleue Joan Mirós Étoile Bleue to Lead Sothebys Impressionist and Modern Art Sale