Fogos - um ano de descanso?

Este ano fomos abençoados com um Verão relativamente fresco. Os fogos reduziram-se quer em número quer na extensão de área média ardida. Tivemos sorte. Houve uns helicópteros encomendados que não chegaram a tempo. A desgraça este ano calhou à Grécia.

Continuamos a fazer as coisas em cima do joelho. Depois se as circunstâncias se conjugam de forma azarada deitamos as culpas à nossa má sorte.

Alguém foi buscar o exemplo de Inglaterra em que os jovens aproveitam o Verão para limpar os canais de modo a estarem em perfeitas condições quando chegam as chuvas de Inverno. E por cá? Tanto jovem desocupado que não sabe que fazer durante as férias e que fica a chatear os vizinhos com música em altos berros, skates, patins em linha, gritaria, futebol selvagem... que podia aplicar construtivamente as energias próprias da idade!

O "fair play" de Scolari

Eu vi na TV a tentativa de agressão de "seu Filipão" a um jogador sérvio cujo nome acabado em ich não sei pronunciar. Dizem os nossos comediantes que foi pena não ter acertado com a "pera" em cheio nas trombas do ex-jugoslavo. Se fosse um filme diria até que a cena estava bem filmada devido à perfeição da simulação. Scolari diz que só quis defender o nosso jogador Quaresma. Não vejo necessidade disso. Ambos sabem defender-se muito bem.

"Fair Play" significa "jogo limpo", aceitar as derrotas com desportivismo. Os ingleses dizem que os verdadeiros desportistas se vêem quando perdem e não quando ganham. Já é mau assistir a agressões entre jogadores ou destes aos árbitros, ser o seleccionador é do pior. Cabe-lhe manter a disciplina, dar o exemplo aos jogadores. O exemplo dado foi péssimo.

Sabemos que no futebol abundam as provocações chegando a haver cuspidelas dissimuladas. Os sérvios não são nenhuns santinhos pois nos últimos anos provocaram várias guerras na Europa (Bósnia, Kossovo... ). Convém conhecer a história toda antes de aplicar castigos.

Misturar boxe com futebol parece ser uma tendência do desporto nacional. Estou a lembrar-me do soco do João Pinto na barriga daquele árbitro argentino tão amigo dos coreanos... A selecção de Sub20 que escavacou um balneário num campeonato em França.

Convinha fazer alguma coisinha para acabar com isto.

O Hino dos "Lobos"

Gostei de ver os jogadores da nossa Selecção de Rugby cantarem o Hino Nacional com alma e abnegação. A generosidade e a entrega visível nos rostos. A solidariedade bem expressa na postura dos corpos em abraço colectivo, atitude que contagiava os apoiantes portugueses nas bancadas.

Que diferença quando comparamos este orgulho na camisola e nas cores nacionais com a postura dos jogadores de futebol que mais não sabem ou não conseguem do que "mastigar" o hino nacional. Jogadores com vencimentos principescos e prémios vultosos quando passam eliminatórias.

Que diferença entre amadores e mercenários do desporto!