segunda-feira, janeiro 24, 2005

O pé de salsa

As metáforas do Dr. Lopes já são famosas. Começou com a do bebé maltratado na incubadora (fiquei com o coração despedaçado) e agora saiu-se com a da casa apedrejada. Que horror! Ainda por cima com a vaga de frio que se aproxima seria pneumonia certa para a desgraçada família.
Começo a ter pena do Dr. Lopes. Acho que ele não cresceu ou que algures durante o crescimento se deu um corte que o impediu de se aperceber das enormidades que profere. Pode sempre pensar-se que tal estratégia decorre da ideia que ele tem do povo que ainda (des)governa, mas eu acho que ele gosta mesmo é de se fazer de vítima. Pensa que com um choradinho bem feito ganha as simpatias (e os votos) necessários.
Será que a própria democracia está doente? Com uma doença da infantilidade democrática.
Convenhamos que algo está mesmo mal quando um 1º Ministro em exercício recorre a analogias com os miúdos no recreio para se queixar da suposta falta de disposição de Sócrates para o debate insinuando que este é um mariquinhas pé de salsa. A sabedoria infantil tem outra frase mais adequada: "Quem mais chama é quem mais é"!

terça-feira, janeiro 18, 2005

A China aqui tão perto!

Sampaio está na China. Faz bem. É claro que para ir a China em visita de Estado é necessário fechar os olhos à questão dos direitos humanos, pôr uma pedra sobre os estudantes massacrados na praça da Paz Celestial (uma ironia equivalente à da nossa designação "Cemitério dos Prazeres").
Também se torna necessário neste momento dar um empurrão à "deslocalização" que todos dizem ser inevitável. E será mesmo?
Perdemos tempo precioso para apostar no valor acrescentado dos produtos, criando marcas, apostando no marketing, arriscando na internacionalização, mas com uma classe empresarial que em média possui como escolaridade o 9º Ano e cujo principal objectivo na vida ainda é o Mercedes à porta duma vivenda com piscina, com consumidores cujo sonho é comprar camisolas Paul & Shark a 10 € na grande feira da contrafacção, não seria de esperar mais...
O certo é que vamos provar do nosso próprio veneno: as consequências da falsificação massiva de produtos e da pirataria desenfreada dos direitos de autoria.

quarta-feira, janeiro 12, 2005

Continuam as trapalhadas

Afinal as trapalhadas destes meninos (do governo) continuam mesmo depois de demissionários e de eleições à vista.
Como é possível que o Ministro Morais Sarmento se queira demitir? Então o Governo não é já demissionário? Será possível ser-se duplamente demissionário?
O rapaz tinha um protocolo para assinar com o Governo de S. Tomé. Será que este entretanto se mudou de armas e bagagens para a ilha do Princípe? E depois nesta ilha, logo por azar, só existe um hotel de 5 estrelas. Que chatice! Como era Sábado aproveitou para dar uns mergulhos...
Claro que ninguém tem nada a ver com o que os políticos fazem nos seus dias livres. O problema é quando essas actividades se fazem usando dinheiros públicos.
Mas seria mesmo necessário alugar um jacto privado para ir assinar um protocolo a S. Tomé. É preciso ver para crer... como S. Tomé.

segunda-feira, janeiro 03, 2005

A vitória do conhecimento

Uma rapariguinha inglesa de 10 anos salvou mais de uma centena de pessoas na praia da Tailândia onde se encontrava com os pais. O professor de Geografia tinha-lhe ensinado antes das férias quais os sinais de alarme de uma tsunami. Ao ver bolhas de ar na água do mar a menina alertou a mãe e esta lançou o alarme que permitiu a evacuação da praia e dum hotel.
Para mim esta história real tem um valor simbólico muito forte: a vitória do conhecimento sobre a ignorância. Numa sociedade embevecida com a tecnologia de telemóveis e computadores, obcecada com a imagem e com as aparências, inundada de programas televisivos de entretenimento, uma criança foi capaz de aplicar a informação adquirida na Escola para salvar vidas humanas.